Cerca de 600 sindicalistas de todo o Brasil participaram, nesta quarta-feira (18), de uma reunião em Brasília com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Trata-se do primeiro encontro ampliado da presidência da República com as centrais sindicais neste governo e que simbolizou, após seis anos de lutas, uma reabertura de portas do Palácio do Planalto para a classe trabalhadora.
Temas que foram foco do encontro: a organização de uma nova política de valorização do salário mínimo, o reajuste da tabela do Imposto de Renda, a regulamentação do trabalho por aplicativos e a reorganização do movimento sindical.
Entre as demandas apresentadas por entidades sindicais estão ainda revogação da Reforma Trabalhista e da Lei 13.429/2017, que permitiu a terceirização irrestrita
Além de receber pedidos da classe, a reunião teve como foco iniciar os debates sobre uma nova política para o salário mínimo. Isso porque o valor de R$ 1.320,00 que havia sido anunciado precisou ser revisto e será discutido pelo atual governo – a gestão passada editou medida provisória, no fim de 2022, que estipulava o mínimo em R$ 1.302,00 para 2023.
Lula também reafirmou que seu objetivo é isentar de Imposto de Renda aqueles que ganham até R$ 5 mil no País, mas disse que precisará de mobilização popular para conseguir aprovar a mudança e pediu ajuda das centrais sindicais. Empresários, o mercado financeiro e até economistas do próprio partido seriam contra a medida.
No fim dos trabalhos, as autoridades anunciaram a criação de uma Mesa Nacional Permanente para negociar e debater não só o salário mínimo, mas também questões trabalhistas, que viveram amplo retrocesso no governo Bolsonaro.
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação